sábado, 15 de fevereiro de 2014

PEV - Potencial Evocado Visual




O EXAME

Com o objetivo de testar a função das vias visuais a partir da retina até a chegada no córtex occipital, o paciente que realiza o exame de Potencial Evocado Visual avalia a função das suas vias neurológicas da visão, assim como o nervo óptico.
É normalmente indicado na avaliação de doenças desmielinizantes (como a esclerose múltipla), detecção de lesões do nervo óptico (neurite óptica), tumores (como tumores de órbita, de hipófise, do quiasma óptico e localizados nas vias ópticas até o córtex occipital), hipertensão intracraniana com comprometimento secundário dos nervos ópticos e outras diversas indicações.



Fonte: www.centrodetomografia.com.br
O que é Escotoma, afinal?

O que é escotoma?

Segundo a enciclopédia interativa, Wikipedia, escotoma deriva do grego scotoma que significa escuridão.
A figura acima nos dá uma ideia de escotoma arqueado em ambos os hemisférios de um olho. No meu caso ele está presente dessa forma nos dois olhos.
Trata-se da imagem de um exame de campo visual. Note-se que, na figura , o dono desse resultado só tem acuidade visual na área central, uma vez que os escotomas já tomaram conta de todo seu redor.
Mas, como o médico chegou ao ponto de solicitar o exame de campo visual?
Ao chegar ao IML, após o período de internação, como houve Boletim de Ocorrência Policial, precisei fazer exame de corpo de delito. Lá, ao avaliar o Boletim de Atendimento Médico Inicial (BAM) o perito percebeu algo de errado com meus olhos e solicitou avaliação de oftalmologia. Aí começa uma luta que percorre um longo caminho. Foram 4 oftalmologistas, num espaço de 2 meses cada um. A cada vez, a acuidade visual estava mais e mais baixa. Era a perda progressiva da acuidade visual. Até que o último me encaminhou a um neurooftalmologista, professor de uma Universidade Federal. Esse, já desconfiado de uma neuropatia, solicitou vários exames, entre eles: campo visual de ambos os olhos, PEV (Potencial Evocado Visual) e ERG (eletrorretinografia). Seus resultados foram nada agradáveis e então, dois meses depois resolveu repeti-los. Era o princípio do fim!
Escotomas arqueados nos dois hemisférios de ambos os olhos, visão subnormal no escuro, visão extinta na luminosidade, ausência de resposta aos estímulos elétrícos entre retina e área occiptal do cérebro. Tudo isso em ambos os olhos. Minha acuidade visual estava em 20/300 em OE e 20/70 em OD. Como numa massa de bolo, o resultado de tudo isso é polineurite sensorial crônica sem possibilidades de tratamento clínico ou cirúrgico. Então, estou a caminho da amaurose (ausência total de visão). Enquanto ela não ocorre, vou escrevendo o máximo que puder e espero a colaboração de vocês.
E com você? Como foi? Conte prá gente. 

Agora sou DV. O que fazer?

Olá! Podem me chamar de Black Negona. 
Muito prazer!
Agora sou DV ----------> Deficiente Visual.
É um mundo todo novo para mim, mais difícil, entretanto não o acho impossível. Tenho Baixa visão severa, a caminho da amaurose. Sou carioca, servidora pública federal e, atualmente curso o 3º período de Direito.
Como cheguei a DV? Traumatismo craniano que desencadeou polineurite sensorial crônica ao danificar meu nervo óptico. Tive fratura de órbita ocular e mandíbula. Na verdade, resumindo um pouco dessa situação que foi nada agradável: A caminho do trabalho, dia 12 de março de 2012, o ônibus em que estava colidiu-se com outro numa via expressa. Fui recolhida pelo Corpo de Bombeiros no local e internada em estado grave: politraumatismo incluindo traumatismo craniano.
Bem, mas não estou aqui para falar de mim exclusivamente. Minha intenção é poder compartilhar minhas experiências desde o acidente até hoje, quando me encontro enquadrada como deficiente visual, sem chances de tratamento clínico ou cirúrgico.
Minha intenção é a troca de experiências por intermédio de seus comentários.
Espero que tenhamos um espaço agradável para tratar de um assunto delicado, mas para quem escapou da morte, é apenas um detalhe.